No post anterior, falamos da proteção de invólucros contra a entrada de água e corpos sólidos, mas quando pensamos em robustez nossa mente nos leva a imaginar impactos, quedas, tombos. Dá para saber o quanto um produto é resistente a este tipo de “acidente”?
Sim é possível. O exemplo clássico disso ocorreu no início da corrida espacial. A NASA lançou uma concorrência para uma calculadora científica portátil que fosse capaz de suportar uma queda em uma superfície dura de cima de uma mesa. Na época este era um desafio enorme, pois os equipamentos eletrônicos eram muito sensíveis. A vencedora desta concorrência tornou-se uma empresa de sucesso baseado neste produto.
Mais recentemente a IEC definiu uma metodologia de classificação que leva em conta a energia do impacto a que os produtos são submetidos. Esta classificação é expressa da seguinte forma:
Em que IK significa “índice de proteção mecânica” e “XX” são dois dígitos que indicam a resistência do produto.
Efetivamente, é feito um teste no qual o produto é colocado contra uma parede e um peso é colocado em uma haste que na outra ponta está presa a um eixo rotativo. Este peso é elevado a certa altura e depois abandonado em queda livre de forma a atingir a superfície do produto que está sendo testada. Ou seja, damos uma marretada técnica no produto. A tabela a seguir mostra os índices IK, um esquema do teste e a energia a que o produto é submetido.
Fácil? Então vamos complicar mais: este impacto é repetido em diversos pontos da superfície para que não seja escolhida uma parte mais resistente do produto.
Ainda acha pouco? Todas as faces do produto que podem sofrer um impacto devem ser testadas. Imagine um painel elétrico fixado na parede. A frente, a porta, as laterais e o teto devem ser testados. O fundo como não é sujeito a impactos não precisa ser testado.
Depois de todas estas marretadas, com todo o rigor científico claro, o produto em questão ainda deve estar totalmente operacional. Isto significa que podem aparecer sinais dos impactos, como amassados, trincas e outros sinais, porém o produto deve atender todas as características de sua especificação técnica. Por exemplo: as portas devem funcionar normalmente, seu grau de proteção IP deve ser o mesmo, as funções elétricas não podem ter sido alteradas.
Nós realizamos o teste IK nos nossos Quadros CE, veja o resultado abaixo: